O NATAL NA BERLINDA.
Abobrinha quando nasce,
Esparra as ramas pelo chão; Guardo meu pai no peito E minha mãe no coração. “Criança na TV esperança, isso sim, que é solução. Ligarei e doarei. Que azar! O sinal fechou e têm algumas delas ali; Ainda bem que meu vidro é elétrico e fumê; Havia um vizinho no elevador? Não vi, não sei; Existe um indigente no viaduto E um portador de transtorno mental na marquise? Huumm... Isso não é comigo. Me tire de problemas; O portador de necessidades especiais está tentando pegar o ônibus? Coitado! Adoraria ajudar, mas estou com muita pressa; Crise econômica mundial: Pânico!!! Não poderei trocar de carro esse ano; E a parcela de meu apartamento, como ficará? Meu time vai mal no campeonato; Meu cão não quer comer; Meu filho apanhou um resfriado; Meu contracheque veio errado... Mas que droga! Parece até que não sou filho de deus; Lixo tóxico-radioativo acumula-se no planeta? Fome e miséria se proliferam às margens dos Continentes? Há guerra entre os povos e uma iminente explosão nuclear? Nada a ver! Somos o pais do samba, do carnaval e do futebol; Bola pra frente, que atrás vem gente; 25 de dezembro: NATAL! Hora dos discursos, das falácias e das abólbarazinhas.
Francisco Piedade
Enviado por Francisco Piedade em 31/10/2009
Alterado em 11/12/2020 |