Francisco Piedade

Sou um náufrago do barco do destino: Nadei, nadei, nadei à deriva e aqui vim parar.

Textos

O NATAL NA BERLINDA.
Abobrinha quando nasce,
Esparra as ramas pelo chão;
Guardo meu pai no peito
E minha mãe no coração.

“Criança na TV esperança, isso sim, que é solução. Ligarei e doarei.
Que azar! O sinal fechou e têm algumas delas ali;
Ainda bem que meu vidro é elétrico e fumê;
Havia um vizinho no elevador? Não vi, não sei;
Existe um indigente no viaduto
E um portador de transtorno mental na marquise?
Huumm... Isso não é comigo. Me tire de problemas;
O portador de necessidades especiais está tentando pegar o ônibus?
Coitado! Adoraria ajudar, mas estou com muita pressa;
Crise econômica mundial:
Pânico!!! Não poderei trocar de carro esse ano;
E a parcela de meu apartamento, como ficará?
Meu time vai mal no campeonato; Meu cão não quer comer;
Meu filho apanhou um resfriado;
Meu contracheque veio errado... Mas que droga!
Parece até que não sou filho de deus;
Lixo tóxico-radioativo acumula-se no planeta?
Fome e miséria se proliferam às margens dos Continentes?
Há guerra entre os povos e uma iminente explosão nuclear? Nada a ver!
Somos o pais do samba, do carnaval e do futebol;
Bola pra frente, que atrás vem gente;

25 de dezembro: NATAL!
Hora dos discursos, das falácias e das abólbarazinhas.



Francisco Piedade
Enviado por Francisco Piedade em 31/10/2009
Alterado em 11/12/2020


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