O BROTAR DE UM POETA.
( À Enseada do Paraguaçu)
O canto pontual do galo, Anunciando a alvorada; O despertar preguiçoso; O sinal da cruz; O areador de dentes de arueira; A carícia do sol nascente; O leito do riacho; A água fresca e límpida; O gorjeio do cardeal, da sabiá, do bem te vi... O café com batata doce, aipim, pamonha... O caminho da roça; A foice, a enxada, o suor... O plantio de mandioca, do amendoim... A casa de farinha, o beiju; O calção, o suspensório, as alpercatas; A escola, as primeiras letras, o primeiro caderno; D. Clarice, a sabatina, a palmatória; A igreja, a missa o poente; As noites de lua cheia, as brincadeiras: TRÊS, TRÊS, PASSARÁ/DERRADEIRO FICARÁ... A roda, a cabra-cega: PAI FRANCISCO ENTROU NA RODA/TOCANDO SEU VIOLÃO... VÉM DE LÁ SEU DELEGADO/E PAI FRANCISCO FOI PARA A PRISÃO... O primeiro beijo; O primeiro amor, a primeira poesia; A puberdade, o desejo, a libido; O recolher, o colchão de capim; A prece, o adormecer, os sonhos...
Francisco Piedade
Enviado por Francisco Piedade em 31/10/2009
Alterado em 25/11/2020 |