O HERÓI DO PARAGUAÇU
(Ao navio Maragojipe)
Parte no crepúsculo E retorna no poente; A despeito do homem sem escrúpulo, Apesar do sistema indecente; Flutuando nas águas do Paraguaçu, Oferecendo a quem quiser seu bordejo; Levando a moça do beiju E o velho mercador de caranguejo; Até hoje ainda chora, A grande e fatídica desgraça; A morte da companheira de outrora, A saudosa Maria fumaça; É o sonho da menina inocente, Desejo do rapaz sonhador; Esperança da moça descontente, A saudade do mancebo desertor; Um dia parti consigo no crepúsculo, E não retornei no poente; Conheci o homem sem escrúpulo E fui tragado pelo sistema indecente.
Francisco Piedade
Enviado por Francisco Piedade em 31/10/2009
Alterado em 25/11/2020 |