Francisco Piedade

Sou um náufrago do barco do destino: Nadei, nadei, nadei à deriva e aqui vim parar.

Textos

POEMA SEM NOME.
                    (Ao menino em situação de rua)


O poeta escreve meu drama,
Mas parece que ninguém lê.

O pintor pinta meu quadro,
Mas parece que ninguém vê;

O ator encena minha vida,
Mas parece que ninguém assiste;

O cantor entoa minha tragédia,
Mas parece que ninguém ouve;

O músico toca meu sofrimento,
Mas parece que ninguém escuta;

O repórter fala de minha situação,
Mas parece que ninguém presta atenção;

O clero reza minha desgraça,
Mas parece que ninguém liga;

Os Deuses dogmatizam minha existência,
Mas parece que ninguém crê;

Todos têm pena de mim,
Mas eu continuo nas ruas e abandonado;
DANEM-SE!


Francisco Piedade
Enviado por Francisco Piedade em 31/10/2009
Alterado em 23/11/2020


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