Francisco Piedade

Sou um náufrago do barco do destino: Nadei, nadei, nadei à deriva e aqui vim parar.

Textos

QUEIXA OPERÁRIA.
Agente trabalha, trabalha...
E nada acontece;
E a gente padece;
E permanece;
Sem importância, sem nome;
Com dívidas, com fome
E a gente se atrapalha;
E a gente trabalha, trabalha...

A gente trabalha, trabalha...
Dinheiro não tem;
Felicidade, também;
O progresso, a gente constrói;
A vida, a gente destrói
E eles não arrastam nem uma palha
E a gente trabalha, trabalha...

A gente trabalha, trabalha...
E ainda é humilhado;
Maltratado e explorado;
Há nada tem direito
E uma forte dor arde no peito,
Em saber que resta apenas migalha
E a gente trabalha, trabalha...

A gente trabalha, trabalha...
E a vida vai passando;
A velhice chegando
E continua dando duro;
Mas com  esperança, no futuro,
De vencer essa batalha;
Enquanto isso,
A gente trabalha, trabalha...


Francisco Piedade
Enviado por Francisco Piedade em 31/10/2009
Alterado em 19/11/2020


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