TEMPO, POR FAVOR.
Não parece que foi ontem. Nem antes de ontem. Mas posso ver longínquo, o tempo lúcido brincando com minha exilada infância.
Posso ainda, mergulhar rasante nas reminiscências das viscissitudes que predominaram na minha sôfrega e fugaz mocidade. Posso sentir nitidamente, entretanto, o aroma delicioso das manhãs que rondam minha velhice. Posso sobretudo, farejar a suave fragrância das noites que espreitam minha partida. E aqui estou! Cheguei aos CINQUENTA! Acho que jamais saberei porque permitiram-me chegar há tanto. Principalmente, porque andei brigando por aí: Briguei com meu anjo guardião, com o destino e com a sorte. Com a morte, me desentendi. Contudo, não mais brigarei. Fizemos um trato e estamos em paz. Puxa! Estou aqui! Agora é só colher o fruto do passado e plantar a semente do presente, Que germinará no futuro. Aí, então, haverá uma salutar e farta colheita para quem vier, para quem estiver. Obrigado, senhor! Permita-me prosseguir... Francisco Piedade 1956 - 2006
Francisco Piedade
Enviado por Francisco Piedade em 31/10/2009
Alterado em 12/11/2014 |