MINHA TERRA.
( À Enseada do Paraguaçu ) Lembro-me de tuas castanheiras, Das majestosas amendoeiras, Do sabiá, do cardeal; Do bem-te-vi, do bacurau E das graciosas lavandeiras. Recordo-me de ti, ó, terra querida! Fostes a luz a luz de minha vida; Os meus sonhos do futuro; Os meus passos inseguros E a tristeza da partida. Ainda penso em ti Madalena: Mas que não reparavas em mim, ó, que pena! Dotada de soberba e vaidade; Orgulho e futilidade, E de alma vazia e pequena. O badalar do sino da catedral; Do velho reverendo Nicolau; Ainda não esqueci nem um pingo; Ia à missa nos dias de domingo, Com meu uniforme tradicional. Das noites lindas de luar: Do Fernando, da Cristina e da Iramar. Das brincadeiras de infância; Da felicidade em abundância E do incrível medo de apanhar. Hoje estou muito distante; Vivendo em um mundo angustiante; Cheio de desamores e desencontros, De conflitos e confrontos, Mas não esqueço de ti, um só instante.
Francisco Piedade
Enviado por Francisco Piedade em 16/11/2009
Alterado em 27/10/2020 |